Olá Irmãos
Que a paz de Oxalá esteja com todos
Pois bem irmãos pesquisando outros mitos para a postagem, achei o Mito sobre prometeu, em princípio achei parecido com o mito sobre Oxalá na África, porém pesquisando mais a fundo notei como é parecido com a história de Lucifér. Segue abaixo este texto muito interessante:
Segundo Hesíodo foi dado a Prometeu e seu irmão Epimeteu a tarefa de criar os homens e todos os animais. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu encarregou-se de supervisioná-la. Na obra, Epimeteu atribuiu a cada animal os dons variados de coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc. Porém, quando chegou a vez do homem, formou-o do barro. Mas como Epimeteu gastara todos os recursos nos outros animais, recorreu a seu irmão Prometeu. Este então roubou o fogo dos deuses e o deu aos homens. Isto assegurou a superioridade dos homens sobre os outros animais. Todavia o fogo era exclusivo dos deuses. Como castigo a Prometeu, Zeus ordenou a Hefesto que o acorrentasse no cume do monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia (ou corvo) dilacerava seu fígado que, todos os dias, regenerava-se. Esse castigo devia durar 30.000 anos.
Prometeu foi libertado do seu sofrimento por Hércules que, havendo concluído os seus doze trabalhos dedicou-se a aventuras. No lugar de Prometeu, o centauro Quíron deixou-se acorrentar no Cáucaso, pois a substituição de Prometeu era uma exigência para assegurar a sua libertação.
A história foi teatralizada pela primeira vez por Ésquilo no século V a.C. com o título de Prometeus desmotes (Prometeu Agrilhoado/Acorrentado).
Os cristãos apelam para a tradução da Bíblia Vulgata, do século IV, feita do hebraico para o latim, que citando um texto de Isaías, vêem a alusão ao Anjo caído que teria desafiado a Deus, embora o texto, em estilo poético, se refira claramente, segundo o contexto, a um rei da Babilônia. O texto de Isaías, em que se basearam os exegetas cristãos para a criação do Diabo é o seguinte:
"Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! [como] foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!
E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao éu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte.
Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo."
(Isaías 14: 12-14)
As expressões estrela da manhã e filho da alva, em hebraico Helel Ben-Shahar (“o Brilhante Filho da Aurora”), foram traduzidas para o Latim como Lúcifer, ou Aquele que traz a Luz. Em hebraico, era a forma poética de se referir a Vênus, o planeta brilhante que aparecia antes do Sol nascer no leste, e que parecia “trazer” a Luz, ou anunciá-la. O profeta Isaías se referiu, de forma irônica, a um rei babilônico e sua soberba, usando essa expressão.
Os cristãos levaram em conta, decisivamente, para formular sua teoria de Diabo-Lúcifer, apenas essa passagem. Pois, a rigor, não há nenhum texto que aluda explicitamente à Lúcifer como rei do Inferno. Repito, a rigor, apenas uma metáfora é usada como instrumento de intimidação dos fiéis. É uma doutrina dualista, que separa tudo em bem e mal, em luz e sombra irreconciliáveis, que torna cada ato humano passível de condenação eterna. Uma vida com medo dum Inferno que eles nunca viram e nem podem assgurar que exista realmente. E essa vida de medos, na minha opinião, não é a vida livre que Jesus disse que a Verdade nos traria. Acorrentados a dogmas e a leis. Uma vida sem indulgências, em que o único perdão possível consiste na adesão e confissão numa das milhares denominações cristãs que alegam, cada uma a seu modo, ter o “ministério” de Cristo. Jesus não nos livrou do pecado. Ele nos livrou da culpa do pecado, do pecado que não existe. O inferno não existe, e há muito tempo a Igreja deixou de considerar o Inferno como um local para clamá-lo como o estado de afastamento de Deus. Sendo assim, o inferno pode ser aqui ou ali, pode estar dentro de mim ou de você. O inferno é aqui e o Paraíso também.
Mas, voltando ao assunto…sim, há muitos outros mitos que se referem a Lúcifer, metaforicamente, em culturas como a grega. Nesta última, Lúcifer é claramente identificado no mito de Prometeu, o titã que, por amor aos homens, roubou o fogo da sabedoria dos deuses do Olimpo.
Assim, como Prometeu, não tem a aparência hedionda que acabou incorporando na Idade Média, criada pelas mentes doentias dos teólogos cristãos, e alimentada pelas mentes ainda mais degenradas dos fiéis supersticiosos. Como Prometeu era um homem, um gigante, que por querer livrar a humanidade ingênua e ignorante da soberba dos céus, arriscou-se a trazer a Sabedoria e a Inteligência aos mortais, que mais não precisariam acreditar em tudo, sem o direito de questionar.
Então Zeus teria se irado contra Prometeu, e o acorrentado a uma rocha, na qual teria seu fígado devorado todos os dias por um abutre, e em seguida regenerado para que o tormento se repetisse por todos os dias. Hércules o teria libertado posteriormente. Por vingança, Zeus, o Rei do Céu, ainda teria enviado Pandora, com a caixa que traria todos os males atuais da humanidade. É a Lei do equilíbrio: um benefício corrsponde a um obstáculo, uma oposição, enviada do Céu. Isso me lembra Jesus falando que “viu Satanás (Opositor) caindo do céu como um raio”.
Outra coisa que não é verdade. Se existissem mesmo, Lúcifer e Satanás não seriam a mesma entidade ou força. Não há absolutamente nada na Bíblia que justifique essa crença cristã.Jesus, na primeira versão da Bíblia em latim (séc. IV) também foi chamado de Lúcifer. A passagem é na 2ª carta de Pedro, cap. 1, vers. 19, se referindo a Jesus:
"et habemus firmiorem propheticum sermonem cui bene facitis adtendentes quasi lucernae lucenti in caliginoso loco donec dies inlucescat et lucifer oriatur in cordibus vestris. "
E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da manhã apareça em vossos corações.
É do mito de Prometeu, inserido nas antigas culturas pré-cristãs, que surge a idéia de um rebelado como opositor dos deuses. E o próprio significado do nome de Prometeu já pressupõe seu estado de sabedoria (“Aquele vê adiante”, “Aquele que pensa antes”).
Segundo o mito, sob a autorização de Zeus, Prometeu e seu irmão, Epimeteu, vieram para povoar a terra. Me lembro daquela passagem do Gênesis: “Quando a humanidade começou a ser mais numerosa na terra e foram nascendo mais mulheres, os Filhos de Deus viram que estas eram belas e cada um deles escolheu para sua mulher aquela que mais lhe agradou. [...] Havia então na terra os gigantes (Titãs) e continuaram depois a existir. É que os Filhos de Deus tinham casado com as filhas dos homens e tinham gerado filhos. Foram estes os famosos heróis dos tempos antigos.” (Gn, 6, 1-4).
Uma última questão prende-se com a criação dos seres humanos por Prometeu-Lucífer, apenas aflorada anteriormente. Lúcifer é aqui equiparado ao Demiurgo gnóstico só no sentido em que, não sendo o verdadeiro Deus, é um criador também. Segundo um os Três Livros de Enoque, bisavô de Moisés, (estes livros, não pertencendo ao cânon, foram citados e reconhecidos como inspirados por vários Pais da Igreja), Deus escolhera um grupo de anjos específicos (os quais, posteriormente, cairiam) para auxiliar na construção do Éden. A narrativa descreve como se apaixonaram pelas mulheres e lhes geraram prole, razão pela qual, segundo o autor teriam sido expulsos.
Prometeu, desde o início, elevou os homens à condição de Deus, dando-lhes o saber (do qual o fogo, em última análise, mais não é que, enquanto luz (Iluminismo), uma metáfora), o que incendiu tanto a ira de Zeus. Aqui, vemos, obviamente paralelismos bíblicos, com a Árvore do Conhecimento que Deus proibiu Eva e Adão de comerem. Mas a Serpente-Lúcifer-Prometeu dá a maçã aos homens, trazendo-lhes o conhecimento, o qual, inevitavelmente, traz sofrimento, quer ao tentador, quer aos tentados. É isso que nos diz não só o relato do Génesis, mas também o mito grego, quando, por um lado, Prometeu é agrilhoado no Cáucaso, por outro, Pandora desce à terra com os males do mundo e os liberta, punindo a nossa raça. Uma outra vez, reforça-se a ligação Lúcifer-Prometeu.
E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos como a uma luz
É do mito de Prometeu, inserido nas antigas culturas pré-cristãs, que surge a idéia de um rebelado como opositor dos deuses. E o próprio significado do nome de Prometeu já pressupõe seu estado de sabedoria (“Aquele vê adiante”, “Aquele que pensa antes”).
Segundo o mito, sob a autorização de Zeus, Prometeu e seu irmão, Epimeteu, vieram para povoar a terra. Me lembro daquela passagem do Gênesis: “Quando a humanidade começou a ser mais numerosa na terra e foram nascendo mais mulheres, os Filhos de Deus viram que estas eram belas e cada um deles escolheu para sua mulher aquela que mais lhe agradou. [...] Havia então na terra os gigantes (Titãs) e continuaram depois a existir. É que os Filhos de Deus tinham casado com as filhas dos homens e tinham gerado filhos. Foram estes os famosos heróis dos tempos antigos.” (Gn, 6, 1-4).
Uma última questão prende-se com a criação dos seres humanos por Prometeu-Lucífer, apenas aflorada anteriormente. Lúcifer é aqui equiparado ao Demiurgo gnóstico só no sentido em que, não sendo o verdadeiro Deus, é um criador também. Segundo um os Três Livros de Enoque, bisavô de Moisés, (estes livros, não pertencendo ao cânon, foram citados e reconhecidos como inspirados por vários Pais da Igreja), Deus escolhera um grupo de anjos específicos (os quais, posteriormente, cairiam) para auxiliar na construção do Éden. A narrativa descreve como se apaixonaram pelas mulheres e lhes geraram prole, razão pela qual, segundo o autor teriam sido expulsos.
Prometeu, desde o início, elevou os homens à condição de Deus, dando-lhes o saber (do qual o fogo, em última análise, mais não é que, enquanto luz (Iluminismo), uma metáfora), o que incendiu tanto a ira de Zeus. Aqui, vemos, obviamente paralelismos bíblicos, com a Árvore do Conhecimento que Deus proibiu Eva e Adão de comerem. Mas a Serpente-Lúcifer-Prometeu dá a maçã aos homens, trazendo-lhes o conhecimento, o qual, inevitavelmente, traz sofrimento, quer ao tentador, quer aos tentados. É isso que nos diz não só o relato do Génesis, mas também o mito grego, quando, por um lado, Prometeu é agrilhoado no Cáucaso, por outro, Pandora desce à terra com os males do mundo e os liberta, punindo a nossa raça. Uma outra vez, reforça-se a ligação Lúcifer-Prometeu.
Que Oxalá nos abençoe sempre
Saravá .'.
"Semirombá"
Um comentário:
Olá,
Eu sou Ebrael, de cujo blog vc citou a fonte neste post. Vim agradecer pelo respaldo ao meu texto. Tenho certeza que vc, como blogueiro(a), sabe o quão importante é tal estímulo, nos levando a estudar cada vez mais e procurando melhorar a qualidade do que escrevemos.
Obrigado! Abraços!
Axé! Insh'allah! Paz de Cristo! Paz Profunda! S.'.P.'.T.'.
Ebrael.
Postar um comentário