Que a paz de Oxalá esteja com todos
Pois bem dando continuidade as postagens sobre a vida de Jesus Cristo, hoje falaremos sobre a infância e o primeiro milagre feito por Jesus.
Pouco sabem os historiadores sobre a infância de Jesus. Conforme o Evangelho de Mateus, Jesus teria passado o começo de sua infância no Egito até a morte do rei Herodes, que queria matá-lo.
Em virtude da lacuna deixada pelos Evangelhos Canônicos, o pouco que se sabe da infância de Jesus provém de um relato sobre sua vida dos cinco aos doze anos, feita por Tomé, filósofo israelita do século I, conhecido como "A Infância do Senhor Jesus", também denominado como o Evangelho do Pseudo-Tomé, um antigo manuscrito apócrifo escrito em Siríaco. Porém é conveniente salientar que tais fontes têm sua autenticidade contestada, e em alguns casos é notória a influência do pensamento de grupos religiosos diversos (do século II ao IV) das raízes tradicionais cristãs.
Em umas das poucas referências canônicas à juventude de Jesus, Lucas diz que, aos 12 anos, ele foi com os pais de Nazaré a Jerusalém, para a festa de Pessach, a Páscoa judaica, e lá surpreendeu os doutores do Templo pela facilidade com que aprendia os ensinos, e por suas perguntas intrigantes.
Este Tomé não é o apóstolo de Jesus, cujo nome era Dídimo Judas Tomé (a quem é atribuída a autoria de outro livro apócrifo: o Evangelho de Tomé).
Este apócrifo foi escrito no século II, apesar de alguns estudiosos datarem como sendo do século I. O texto original teve 2 ampliações posteriores: a primeira introduzida na Armênia, no século V, tornou-se o Evangelho Armênio da Infância de Jesus. A segunda ampliação tornou-se o Evangelho Árabe da Infância de Jesus.
Alguns estudiosos acreditam que o evangelho Pseudo-Tomé é uma continuação da narrativa da infância de Jesus a partir do ponto onde a narrativa termina no Proto-Evangelho de Tiago. Ele faz um relato sobre a vida de Jesus dos 5 aos 12 anos. Dentre as narrativas deste apócrifo, encontramos um texto onde o menino Jesus, após ser ofendido, ordena que o filho de Anás, o escriba, ficasse seco como uma árvore, matando-o sem piedade. Estas e outras narrativas fabulosas sobre a infância de Jesus foram decisivas na classificação desta obra como um apócrifo do Novo Testamento.
Passagens selecionadas da versão do Evangelho Pseudo-Tomé, do site A Outra Bíblia , do portal Terra.
- Esse Menino Jesus, que na época tinha cinco anos, encontrava-se um dia brincando no leito de um riacho, depois de haver chovido. Represando o correnteza em pequenas poças, tornava-as instantaneamente cristalinas, dominando-as somente com sua a palavra. Fez depois uma massa mole com barro e com ela formou uma dúzia de passarinhos. Era um Sabbath e havia outros meninos brincando com ele. Um certo homem judeu, vendo o que Jesus acabara de fazer num dia de festa, foi correndo até seu pai, José, e contou-lhe tudo:
-
- — Olha, teu filho está no riacho e juntando um pouco de barro fez uma dúzia de passarinhos, profanando com isso o dia do Sabbath.
- José foi ter ao local e, ao vê-lo, ralhou com ele dizendo:
- — Por que fazes no Sabbath o que não é permitido?
- Jesus, batendo palmas, dirigiu-se às figurinhas, ordenando-lhes:
- — Voai!
- Os passarinhos foram todos embora, gorjeando. Os judeus, ao verem isso, encheram-se de admiração e foram contar aos seus superiores o que haviam visto Jesus fazer.
Outra passagem:
- Encontrava-se ali presente o filho de Anás, o escriba, e teve a idéia de fazer escoar as águas represadas por Jesus, usando uma planta de vime.
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- — Malvado, ímpio e insensato. Será que as poças e as águas te estorvavam? Ficarás agora seco como uma árvore, sem que possas dar folhas, nem raiz nem frutos.
- Imediatamente o rapaz tornou-se completamente seco. Os pais pegaram o infeliz, chorando a sua tenra idade, e o levaram ante José, maldizendo-o por ter um filho que fazia tais coisas.
E a mais bonita passagem da Infância:
- Dias depois, encontrava-se Jesus brincando num terraço. Um dos meninos que estavam com ele caiu do alto e morreu. Os outros, ao verem isso, foram-se embora e somente Jesus ficou. Pouco depois chegaram os pais do morto e puseram a culpa nele.
- Disse-lhes Jesus:
- — Não, não. Eu não o empurrei.
- Apesar disso, eles o maltrataram. Jesus deu um salto de cima do terraço, vindo cair junto ao cadáver. Pôs-se a gritar bem alto:
- — Zenon — assim se chamava o menino, — levanta-te e responda-me: fui eu quem te empurrou?
- O morto levantou-se num instante e disse:
- — Não, Senhor. Tu não me jogaste, porém me ressuscitaste.
- Ao ver isso, todos os presentes ficaram consternados . Os pais do menino glorificaram a Deus por aquele maravilhoso feito e adoraram a Jesus.”
Que Oxalá nos abençoe sempre
Saravá .'.
"Semirombá"
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