Que a paz de Oxalá esteja com todos
Pois bem irmãos damos início a mais um ano, este regido por Oxossí e Oxum, janeiro é o mês consagrado a este Orixá, pois o sincretismo com São Sebastião, este santo foi martirizado no dia 20 de janeiro e assim Oxossí comanda este mês.
Sendo assim como o ano passado, as postagens serão mais voltadas a este Orixá e aos Caboclos se algum irmão que acompanha o blog tiver material ou quiser pedir alguma postagem sobre algum caboclo fique a vontade e a medida do possível estarei postando.
Hoje nas giras de Umbanda quando os Caboclos baixam e até mesmo na roda dos Baianos e Boiadeiros vêmos a presença de uma cultura indigêna nos ritos, esta cultura nos remete ao "Culto à Jurema Sagrada", este culto é um culto muito antigo que algumas entidades utilizam esses elementos, não devemos confundir o culto da Umbanda com o da Jurema Sagrada e sim entendermos que a Umbanda abarca esses conhecimentos também, o Culto da Jurema Sagrada não é o Culto do Catimbó, pois bem entendamos um pouco sobre o Culto à Jurema Sagrada na Umbanda.
A jurema sagrada é remanescente da tradição religiosa dos índios que habitavam o litoral da Paraíba e dos seus pajés, grandes conhecedores dos mistérios do além, plantas e dos animais. Depois da chegada dos africanos no Brasil, quando estes fugiam dos engenhos onde estavam escravizados, encontravam abrigo nas aldeias indígenas, e através desse contato, os africanos trocavam o que tinham de conhecimento religioso em comum com os índios. Pôr isso até hoje, os grandes mestres juremeiros conhecidos, são sempre mestiços com sangue índio e negro. Os africanos contribuíram com o seu conhecimento sobre o culto dos mortos egun e das divindades da natureza os orixás voduns e inkices. Os índios, estes contribuíram com o conhecimento de invocações dos espíritos de antigos pajés e dos trabalhos realizados com os encantados das matas e dos rios. Daí a jurema se compor de duas grandes linhas de trabalho: a linha dos mestres de jurema e a linha dos encantados.
Apesar de bastante conhecida no Nordeste do Brasil ainda não há um consenso sobre qual a classificação extata da planta popularmente conhecida por Jurema. A Jurema (Acacia Jurema mart.) é uma das muitas espécies das quais a Acácia é o gênero. Várias espécies de Acácia nativas do nordeste brasileiro recebem o nome popular de Jurema.
As Acácias sempre foram consideradas plantas sagradas por diferentes povos e culturas de todo o mundo; Os Egípcios e Hebreus veneravam a "Acacia nilotica" (Sant, Shittim, Senneh), os Hindus a "Acacia suma" (Sami), os Árabes a "Acacia arabica" (Al-uzzah), os Incas e outros povos indígenas da América do sul veneravam a "Acacia cebil"(vilca, Huillca, Cebil), os nativos do Orinoco a "Acacia niopo" (Yopo) e os índios do nordeste brasileiro tinham na "Acacia jurema" (Jurema, Jerema, Calumbi) a sua árvore sagrada, a sua Acacia, ao redor da qual desenvolveu-se essa tradição hoje conhecida como "Jurema sagrada".
Dizem os mestre Juremeiros que Maria, a mãe de Jesus, escondeu Crito na Árvore da Jurema para que o Rei Herodes não o matasse.
O culto da Jurema está para a Paraíba, assim como o Iroko está para a Bahia. Esta arvore tipicamente paraibana, apesar de existir também em outros estados do nordeste, era venerada pelos índios potiguares e tabajaras, muitos séculos antes da descoberta Brasil. Em Pernambuco, existe um município cujo nome é Jurema devido a grande quantidade destas árvores que ali se encontra. A jurema (mimosa hostilis) depois de crescida é uma frondosa árvore que vive mais de 200 anos. Todas as partes dessa arvore são aproveitadas: a raiz, a casca, as folhas e as sementes, utilizadas em banhos de limpeza, infusões, ungüentos, bebidas e para outros fins ritualísticos. Os devotos iniciados nos rituais do culto são chamados de “Juremeiros”. Foi na cidade de Alhandra, município a poucos quilômetros de João Pessoa, que esse culto, na forma do Catimbó alcançou fama. A Jurema já era cultuada na antigüidade por pelo menos dois grandes grupos indígenas, o dos tupis e o dos cariris também chamados de tapuias. Os tupis se dividiam em tabajaras e potiguares, que eram inimigos entre si. Na época da fundação da Paraíba, os tabajaras formavam um grupo de aproximadamente cinco mil índios. Eles ocupavam o litoral e fundaram as aldeias Alhandra e a de Taquara.
Que Oxalá nos abençoe sempre
Saravá .'.
"Semirombá"
Um comentário:
todas as informações e curiosidades da história da umbanda são sempre bem vindas, parabéns à VC por se preocupar com o ue à de mais sagrado que é justamente a caridade e o amor. salve a jurema sagrada eternamente e que sua estrela brilhe sempre. MUITA PAZ IRMÃO. LIZA caruaru- PE
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